Seguinte, eu pensei em enrolar um pouco mais e esperar o pessoal produzir as matérias deles, mas pensando bem não tem essa necessidade, aqui é um blog, e é bom tê-lo em movimento, rs.
Bom, recentemente eu terminei de ler o livro "Cem anos de solidão", do Gabriel García Márquez. Não quero vir com nenhuma resenha sobre o livro, resumo, ou elogio, seja lá qual for, até porque sei que não há adjetivação nenhuma que possa classificar esse livro. Sinceramente eu quero apenas fazer uma indicação. Como o sabor doce de uma laranja que só pode ser entendida quando experimentada, ou o refrigério de uma água límpida e gelada no momento de maior sede, a leitura dessa obra pode expandir os horizontes de qualquer pessoa que se dispuser a lê-lo. Não é simplesmente história muito bem ambientada e contada, através de uma literatura exímia e marcante, mas também uma visão de mundo muito maior que a que nós podemos imaginar ter. Ele destrói qualquer limite imposto pela forma, pela característica pré-definida, pelo arquétipo metodológico, ou conceituado, social ou filosófico. Ele nos arrebata para um realismo hermético com ar de solidão, e com um nuance metafísico, mítico, transliteral. Cem anos de solidão é muito mais do que uma leitura que ficará marcada pra sempre em minha memória, mas é uma nova chave que ganho pra desvendar os segredos da humanidade, podendo ter tido a surreal experiência de perscrutar ao menos um pouco a mente de um brilhantismo tão fugaz e único. O ciclo vicioso das personalidades, e todas as marcas deixadas pelas gerações, são as tatuagens de nosso próprio legado, o que une cada um dos seres humanos na teia chamada vontade, desejo, sonho e amor. Sendo nós impelidos pelo mesmo sentimento de atração, ou isolamento, permeados pelos quatro pilares psicológicos e espirituais de ímpeto que destinam nossas ações, nas milhares de possibilidades que cada situação específica proporciona. Deixou de ser apenas um achado, pra se tornar um verdadeiro marco de todos os tempos, notável como os escritos proféticos de Nostradamus, as análises pretensiosas e geniais de Freud, ou a incomparável compilação da história dos homens descrita na Bíblia. Pessoal, aos que leem, aos que sonham, e mesmo aos que apenas se divertem com o ato de degustar livros, deixo esse meu simples texto como uma indicação pra toda vida, que pode demorar cem anos pra ser lido, mas que o seja feito antes da morte.
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